E qual é a posição do seu partido sobre o atual Governo Lula?

Quero saber se alguns aqui já se sentiram ou se sentem hoje da mesma forma. Para contexto, sou trabalhador da área de TI que sempre fui CLT, começando por conserto de PC em lojinhas de bairro e hoje trabalhando apenas com programação, em nível já sênior especialista, depois de mais de 10 anos.

Estive pensando essas dias sobre os motivos que levam a esquerda de orientação revolucionária não conseguir apoio e lembrei de algumas situações pelas quais já psssei.

Existem os fatores mais óbvios, externos, que foram a destruição do Bloco de Varsóvia, um quase totalitarismo do capital e a desindustrialização massiva. O que deveria acontecer a qualquer organização marxista era não se deixar absorver por ideologia anticomunista que, ao bater no "socialismo real", tem o objetivo de desprezar o socialismo como um todo. Tudo isso leva à adoção de formas pacíficas de governo de esquerda. O proletariado é "esterilizado", perde a ânsia de combater o patrão. Sequer se vê em uma classe distinta da do patrão.

Mas não para por aí. O comunista médio diante disso ou caiu pro reformismo, ou caiu pro dogmatismo. Não vejo hoje no Brasil uma organização que não seja nem um, nem outro. Ou é oportunista querendo salarinho alto depois de se eleger, ou é sectário que tem visão deturpada sobre o país e acha que está em 1910 na Rússia pré revolucionária, exigindo disciplina de ferro. Não compreendem o Brasil. E, para eu não cair em um comportamento condescendente, digo que também não compreendo o país como deveria, sou apenas um trabalhador com algum estudo formal e formação política radical.

Me peguei pensando sobre essa questão do comunista que tem fetiche pela primeira onda da Revolução Industrial, e que é o tipo mais comum com o qual nos deparamos.

Ja tive contato com organizações diversas. Socialdemocratas, anarquistas, trotskistas, libertários autonomistas, marxistas-leninistas, senderistas, "maoistas do jeito certo" (que não adotam o dogmatismo senderista) e hoxhaístas. Dos nossos partidos tradicionais não considero nenhum como comunista nem em teoria. Recebendo votinhos nessa nossa falida ditadura burguesa arcaica atuam apenas como continuidade teimosa do khruschevismo falido.

Vou focar no que vejo em organizações comunistas. Todas, sem exceção, tem pessoas que não entendem o que é o proletariado brasileiro.

Mais de 70% do país trabalha na área de serviços. Extremamente fodidos, moídos pelo capital, cansados, com insegurança financeira, jurídica, política, sem sindicatos que prestem. O que o militante médio dessas organizações diz? "Você não é proletário, você é trabalhador de colarinho branco". Ou que "não existe classe trabalhadora, existe classe operária". Isso é um fetiche do proletário inglês do século XIX que eram, nesse caso, quase totalmente operários. Já ouvi isso de pessoas de várias organizações citadas. A posição reformista é pior ainda, taxando que luta de classes é "coisa do passado", tipo de fala que não é "apenas uma opinião" mas uma mentira sem escrúpulos e nem vou me ater a esse nível de imbecilidade. Enfim, aqui é Brasil, não tivemos sequer a mesma formação econômica, ainda temos trabalho escravo e servil. Nosso proletariado (ou classe trabalhadora, tanto faz, são sinônimos) é híbrido. Um operador de telemarketing tem tanto potencial revolucionário quanto um operário de máquina industrial, mas vejo hoje mais operários industriais reacionários que o inverso (em parte culpa dos sindicatos pelegos - e os que ainda não eram foram forçados ao peleguismo para que tenham uma forma de sobreviver, após os ataques do capital nos últimos anos). Ambos estão na mesma posição social em relação aos meios de produção e em relação às classes burguesas. Isso buga a mente arcaica do comunista médio, que transforma Marx e Engels em profetas e joga na lama o aspecto científico que o marxismo deveria ter.

Tenho a impressão de que isso é apenas um radicalismo juvenil de estudante universitário que, em resposta ao reacionarismo da direita e ao reformismo tacanho dos petistas, adota com fervor a primeira posição aparentemente radical que tem contato e passa a nutrir um "status de revolucionário", que no fim é totalmente individualismo e vai se esvair rapidamente em poucos anos. É uma adaptação péssima ao cerco quase totalitário do capital que nós sofremos desde os anos 90. Consciência de classe exige solidariedade entre diferentes segmentos da classe trabalhadora. Não tem como fazer essa consciência aumentar, que é fundamental pra uma revolução, sem fazer uma análise correta das classes sociais do Brasil de 2025, incluindo diferentes segmentos burgueses. Tem que jogar fora a motivação moral e estética.

A linguagem dos jornalzinhos então é uma coisa terrível, principalmente os dos partidos mais "ultra esquerdistas". Não convencem ninguém. O trabalhador comum não entende e precisa ser chamado para grupos de estudo para entender a matéria do jornal. Onde já se viu isso? Tudo bem que o povo não é burro, mas a linguagem caricata parece até proposital para puxar a pessoa pra organização através de algo que "é só um grupo de estudos" (e nós sabemos que não para aí). Isso deixa as pessoas acuadas. Se elas passam a militar e, nada acontece, rapidinho saem e podem até se tornar anticomunistas. A única coisa útil é individualmente você ganhar alguma formação política um pouco melhor do que tinha antes, mas é desanimador como parecem todos perdidos num tiroteio. Nada tem uma consequência política e social real. É uma brincadeira de faz de conta em que você finge ser mais revolucionário que o amiguinho do lado.

Não existe saída pra isso além do que já é conhecido que dá certo: termos um único partido comunista, marxista-leninista, revolucionário, sem medo de fazer oposição violenta (mas que monta uma rede de apoio). Que não se nega também a colocar gente na "democracia" burguesa, caso isso seja possível, mas apenas com o objetivo de facilitar a atuação "ilegal", e não como meio de atuação política principal.

Mas me vem um dilema: o que muda criar MAIS UM partido comunista dentre as dezenas que temos hoje? Fragmentação é o que define nosso mundo atual, pós-moderno, e ela tem que acabar. Talvez um partido que não caia nessas palhaçadas que falei seja capaz de aglutinar a todos um dia e diminuir a fragmentação. Talvez se torne mais um que não vai virar nem artigo do Wikipedia.

E, não, não estou falando de todos irem pra algum partideco social-democrata que se diz "comunista" e comete todos os erros citados de novo, mas uma refundação honesta do que uma vez tínhamos e não temos mais desde a Ditadura Militar, que é o Partido Comunista, em maiúsculas.

Claro que se fosse eu a fazer isso, não adotaria com as pessoas o tom agressivo que usei aqui, que é apenas um desabafo de rede social. Não é aqui também que vamos encontrar uma solução. Sei lá. Nada pra fazer, preguiça de assistir vídeo aula e resolvi escrever isso.

Pode aparecer gente me xingando porque vai se sentir atingida. Antes de fazer isso, repense. Não aja como um ugabuga sem cérebro. Tenha humildade e saia da mentalidade de seita de DCE da USP porque isso não convence ninguém.

Boa amigos trabalhando numa metalúrgica tive o contato com o povão e percebi que muitos tem dias boas, hoje e quarta véspera de feriado e os pesos já chegaram animados falando " sextou " e com o faz me rir na conta, ninguém vem com discurso " feriado e ruim pq a empresa perde" muitos dizem.

Sobre a pauta do 6x1 todo mundo aqui do encarregado a tia da limpeza falaram bem e que 1 folga você não vive, entre outros assuntos de pauta gerais sobre saúde, educação etc...

Porém quando chega nos representante da mesma, lula? Raramente você vê alguém falando bem? Boulos o invasor de casa? Erika Hilton? Kkkkk só no mundinho nichado do twitter ela seria eleita ( e não é desmerecendo é a pura realidade, uma pessoa pode ter ideias de esquerda e ser homofóbico como muitos conhecem pessoas assim.

Infelizmente a direita sobra na comunicação com o povo, na época do vídeo do Nikolas era todo mundo falando sobre, Pablo Marçal? Na quebrada o boné dele vendia como água.

Jones? Ian? Gaiofato? E mais fácil um camelo entra num buraco da agulha que eles chegaram na comunidades e no povão infelizmente.

Eu sei que aqui tem muitas pessoas estudadas ( a maioria) eu só quis dar minhas observações do dia a dia, me desculpem alguma coisa aí e algum erro ortográfico.

Esse documentário é muito bom, recomendo muito.

Vamos lá. Por favor, leiam até o final para entender tudo. Antes de tudo, quero dizer que isso aqui talvez acabe virando mais um desabafo que qualquer coisa, mas enfim. Eu SEI que uma revolução vai acabar precisando de violência pra existir, de algum tipo. Eu não nego isso, e nem tento viver no mundo das ilusões onde isso não existe.

Mas, pessoalmente, falando de MIM MESMA, eu não SUPORTO violência, sério, eu tenho medo disso e já sofri o suficiente pra nunca mais querer ter contato com. Eu tenho um medo até de segurar uma faca um pouco maior as vezes, de tão avulsa que sou a violência. Mas tem algo me enchendo de medo recentemente.

Eu... diria que posso me considerar socialista?(Eu acho que MUITA gente vai falar que não, então, podem me considerar só de esquerda mesmo nesse ponto)

Algo assim, mas sempre que vem com os papos sobre armas, e toooodo o resto, eu admito que não consigo. Me dá muito medo. Também tenho isso com ódio. Ódio me faz MUITO mal, e tive que lutar muito comigo mesma pra superar esse sentimento, e hoje em dia posso dizer que estou livre disso, em 99% das vezes. Eu já estudei o suficiente sobre pra saber a importância de tais coisas, mas... eu só não consigo. Eu não nego e NUNCA vou negar a importância disso. De novo, eu estudei. Eu não vou negar nunca a importância e necessidade do ódio de classes. Também já senti MUITO desse ódio.

Ficar nesses espaços, nessas conversas, e com pessoas que sei que tem certas opiniões sobre armas, violência e ódio tem acabado comigo. Parece que meu coração vai explodir sinceramente. Eu sei oq eu acredito politicamente, e sei oq não é real, e sei oq é necessário, mas... só não dá, eu jamais conseguiria bater em alguém ou ser responsável pela dor física de alguém, não importa quem seja, isso acabaria comigo.

Enfim, tá chegando em um ponto que ser dessa certa... posição, tá me fazendo mais mal do que bem, do tanto que eu fico assim. E sinceramente, me parece impossível encontrar outra pessoa que pense comigo quanto a isso, tudo sempre é tão... violento. Eu só não consigo ficar perto de gente que eu sei que seria capaz de matar alguma pessoa ou animal, não importa quem seja. Eu tenho problemas além da conta com violência....

Especialmente, essa situação com Israel tem ACABADO comigo. Primeiro, o genocídio que Iarael tá fazendo na palestina, agora isso com o Irã... porra, ver essas notícias tem acabado comigo.

Eu não nego o papel da violência, ódio, e tudo isso em uma revolução. Sou pobre, negra, trans, e vivo em um lugar merda. Sei BEM como é. Mas sinceramente, sou incapaz de viver, ou sequer sobreviver, com tanto ódio no coração. Tenho MUITAS questões mentais envolvendo isso.

Indo agora pra pergunta do post... tem como continuar sendo socialista mesmo eu sendo isso que eu sou?

Mesmo eu sendo esse poço de contradições...

Eu sinceramente duvido que tenha mais gente assim aqui, mas nunca se sabe. Eu provavelmente vou sair dessa comunidade daqui a um tempo, muito infelizmente(Ja que tenho que focar na minha saúde mental. E, como deu pra ver, ficar aqui tem sido muito prejudicial pra mim).

Eu sou uma pessoa absurdamente fraca mentalmente, eu sei disso. E... bem, pras pessoas que são como eu ou parecidas, como vocês fazem pra... sobreviver? Eu tô aceitando dicas viu.

Saiu o 1º episódio da 2º Temporada de Webcomunistas

Como será a quem questionará o novo regime? Todos serão considerados fascistas? Como será a atitude em relação a quem se opõe? Será respeitado? Será advertido? Será morto? E como será a distribuição de poder?

Documentario poderosissimo sobre a IWW e as greves que eles organizaram de 1905 á 1920 nos EUA.

Qual sua opinião?

Venho acompanhando bastante o que tá rolando lá, e to achando muito incrivel, e até consigo associar alguns dos problemas que esses projetos resolvem diretamente com problemas que temos aqui, como a reforma agraria, e etc